O LIVRO DOS ESPÍRITOS

NOTA DO COMPILADOR: Esta obra monumental que, ainda, a quase totalidade da população da Terra não a conhece, infelizmente, contém 1018 questões que abrangeram todos os temas de interesse humano na metade do século XIX. Elas foram formuladas aos Espíritos superiores por Allan Kardec. Como acréscimo às 1018 perguntas, foram feitas outras 200, totalizando, portanto, 1218 questões. Dentre as 1018 questões, 19 delas foram escritas por Kardec como comentários elucidativos ante os assuntos que eram abordados. Allan Kardec, também, foi o autor da Introdução e da Conclusão, como também, de 191 esclarecimentos, inseridos após respostas de Questões dadas pelos Espíritos superiores. No final de sua conclusão, Allan Kardec inseriu uma declaração do Espírito de Santo Agostinho onde, de forma sintética, esse Espírito encerra a grande obra que vai gradativamente transformando o Mundo.

     A resposta mais longa dos Espíritos é a de número 495 e a mais curta é a 625a.

     O Livro dos Espíritos contém os Princípios da Doutrina Espírita. Ele nos esclarece sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade. Os ensinos foram dados por Espíritos superiores com o concurso de diversos médiuns.

     A presente tradução foi realizada por GUILLON RIBEIRO, em 1945, para a Federação Espírita Brasileira (www.febeditora.com.br/).

     Seguindo a ordem do Livro, inserimos os assuntos seguidos dos números das questões, para maior facilidade dos consulentes.

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     José Herculano Pires, sob o pseudônimo de Irmão Saulo, escrevia na metade do século XX em um jornal de São Paulo artigos sobre o Espiritismo. E, em abril de 1951, por ocasião do aniversário do lançamento de "O Livro dos Espíritos", ele escreveu:    

     "A importância da data de 18 de abril é fundamental na história do Espiritismo. Foi nessa data, quando corria o ano de 1857, em plena metade do século XIX, que o professor Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, sob o pseudônimo druídico de Allan Kardec, lançou em Paris a primeira edição da obra fundamental da Doutrina, "O Livro dos Espíritos". Dali por diante, o Espiritismo saiu da nebulosa das crendices e das superstições populares, para brilhar, como estrela de legítima grandeza, no firmamento cada vez mais amplo do conhecimento humano. Kardec, foi discípulo de Johann Heinrich Pestalozzi, de cujos princípios pedagógicos esposou e difundiu nos seus trabalhos; era o homem justamente indicado para a realização dessa temerária façanha, de oferecer ao mundo a Codificação do Espiritismo, ou seja, de apresentar aos homens a verdadeira face, de natureza científica e filosófica, dessa nova e estranha doutrina que começava a surgir no seio do povo, graças às manifestações contínuas dos Espíritos.

     Homem de cultura, acostumado à meditação e ao estudo, habituado à observação, à pesquisa, à experimentação, Kardec não estava sob o prejuízo dos dogmas e das convenções, fossem eles da ciência ortodoxa, da filosofia sistemática ou de religião sectária. Além disso, firmava a sua argúcia, a sua extraordinária ponderação, a sua cultura e a sua erudição, na base sólida de uma formação moral inabalável, jamais sacudida pelas calúnias e pelo ódio, pois chegou até o fim dos seus dias terrenos sem uma única mancha a lhe perturbar a claridade de uma vida meridiana

      "O Livro dos Espíritos", produto de suas pesquisas, dos seus trabalhos incessantes no campo da mediunidade, e da colaboração estreita que lhe deram os Espíritos, amparando-o, dirigindo-o e orientando-o a todos os instantes, é um monumento  de lógica, de coerência, de sabedoria, de beleza e de espiritualidade. Todos aqueles que tiveram a oportunidade de percorrer as suas páginas, saíram dali simplesmente encantados. Mergulhando na sua leitura, deparamo-nos com um universo diferente daquele que nos habituáramos a suportar, nas lutas diárias, na rotina cansativa da vida. Encontramos ali um universo harmonioso, em que as partes essenciais da vida não estão em litígio, mas se unem num todo, se completam. Ao invés de encontrarmos a vida animal e o plano material com todo o seu aspecto de brutalidade e de violência, chocando-se com a pureza e a elevação do Espírito, deparamo-nos com a maravilhosa simbiose de duas partes aparentemente distintas de um mesmo todo, uma dependente da outra, uma contribuindo para o desenvolvimento da outra, no plano orgânico e no terreno psíquico. Problemas transcendentais, como o da existência de Deus, ou problemas humanos, como o da vida social, todos eles são ali resolvidos à luz do bom senso, da razão esclarecida, para nos levarem afinal, à apoteose da libertação espiritual do homem, graças à "fé raciocinada", que supera os antagonismos irracionais do ateísmo e da fé dogmática.

     "O Livro dos Espíritos", conquanto as forças organizadas do século - as religiões, a ciência, a filosofia, a literatura, os governos, a imprensa - o tenham sempre relegado a uma situação marginal, como contrassenso condenável da magnífica cultura francesa do século XIX, é o que de mais poderoso, de mais harmonioso e mais belo nos deu essa mesma cultura. Nem é por outro motivo que, neste momento, ao comemorarmos o 94o aniversário do seu aparecimento, "O Livro dos Espíritos" se repete em numerosas edições, incapazes de atender ao interesse crescente das massas populares, sequiosas de orientação espiritual. Ele é o farol que há de rasgar as densas trevas desta era sombria da história, para indicar ao mundo o caminho seguro da renovação espiritual, com base na interpretação de Cristo e do Cristianismo, em espírito e verdade.

INICIAL

INTRODUÇÃO I/II                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         

INTRODUÇÃO III/V

INTRODUÇÃO VI/X

INTRODUÇÃO XI/XV

INTRODUÇÃO XVI/XVII

PROLEGÔMENOS

DEUS E O INFINITO 1/3

PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS 4/9         

ATRIBUTOS DA DIVINDADE 10/13

PANTEÍSMO 14/16

CONHECIMENTO DO PRINCÍPIO DA COISAS 17/20

ESPÍRITO E MATÉRIA 21/28

PROPRIEDADES DA MATÉRIA 29/34

ESPAÇO UNIVERSAL 35/36

FORMAÇÃO DOS MUNDOS 37/42

FORMAÇÃO DOS SERES VIVOS 43/49

POVOAMENTO DA TERRA - ADÃO - 50/51

DIVERSIDADE DAS RAÇAS HUMANAS - 52/54

PLURALIDADE DOS MUNDOS - 55/58

CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS SOBRE A CRIAÇÃO - 59

SERES ORGÂNICOS E INORGÂNICOS - 60/67

A VIDA E A MORTE - 68/70

INTELIGÊNCIA E INSTINTO - 71/75

ORIGEM E NATUREZA DOS ESPÍRITOS - 76/83

MUNDO NORMAL PRIMITIVO - 84/87

FORMA E UBIQUIDADE DOS ESPÍRITOS - 88/92

PERISPÍRITO - 93/95

DIFERENTES ORDENS DE ESPÍRITOS - 96/99

ESCALA ESPÍRITA - 100

TERCEIRA ORDEM - ESPÍRITOS IMPERFEITOS -  101/106

SEGUNDA ORDEM - BONS ESPÍRITOS - 107/111

PRIMEIRA ORDEM - ESPÍRITOS PUROS - 112/113

PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS - 114/127

ANJOS E DEMÔNIOS - 128/13 

OBJETIVO DA ENCARNAÇÃO - 132/133

A ALMA - 134/146

MATERIALISMO - 147/148

A ALMA APÓS A MORTE - 149/153

SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO - 154/162

PERTURBAÇÃO ESPÍRITA - 163/165

A REENCARNAÇÃO - 166/170

JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO - 171

ENCARNAÇÃO NOS DIFERENTES MUNDOS - 172/188

TRANSMIGRAÇÕES PROGRESSIVAS - 189/196

SORTE DAS CRIANÇAS DEPOIS DA MORTE - 197/199

SEXO NOS ESPÍRITOS - 200/202

PARENTESCO, FILIAÇÃO - 203/206

PARECENÇAS FÍSICAS E MORAIS - 207/217

IDEIAS INATAS - 218/221

PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS - 222

ESPÍRITOS ERRANTES - 223/233

MUNDOS TRANSITÓRIOS - 234/236

PERCEPÇÕES, SENSAÇÕES E SOFRIMENTOS  - 237/256

ENSAIO TEÓRICO DA SENSAÇÃO DOS ESPÍRITOS - 257

ESCOLHA DAS PROVAS - 258/273

AS RELAÇÕES NO ALÉM-TÚMULO - 274/290

SIMPATIA E ANTIPATIA ENTRE OS ESPÍRITOS - 291/303

RECORDAÇÃO DA EXISTÊNCIA CORPÓREA - 304/319

COMEMORAÇÃO DOS MORTOS. FUNERAIS - 320/329

PRELÚDIO DA VOLTA - 330/343

UNIÃO DA ALMA E DO CORPO - 344/360

FACULDADES MORAIS/INTELECTUAIS HOMEM - 361/366

INFLUÊNCIA DO ORGANISMO - 367/370

IDIOTISMO, LOUCURA - 371/378

A INFÂNCIA - 379/385

SIMPATIA E ANTIPATIA TERRENAS - 386/391

ESQUECIMENTO DO PASSADO - 392/399

O SONO E OS SONHOS - 400/412

VISITAS ESPÍRITAS ENTRE PESSOAS VIVAS - 413/418

TRANSMISSÃO OCULTA DO PENSAMENTO - 419/421

LETARGIA, CATALEPSIA, MORTES APARENTES - 422/424

SONAMBULISMO - 425/438

ÊXTASE - 439/446

DUPLA VISTA - 447/454

RESUMO SONAMBULISMO, ÊXTASE, DUPLA VISTA - 455

FACULDADE ESPÍRITOS PENETRAR PENSAMENTOS - 456/458

INFLUÊNCIA PENSAMENTOS E ATOS - 459/472

POSSESSOS - 473/480

CONVULSIONÁRIOS - 481/483

AFEIÇÃO ESPÍRITOS VOTAM A CERTAS PESSOAS - 484/488

ANJOS GUARDA. ESPÍRITOS PROTETORES, 489/521 

 

Fac-simile da assinatura de Allan Kardec.

 PRESSENTIMENTOS - 522/524

INFLUÊNCIA  ESPÍRITOS  ACONTECIMENTOS DA VIDA - 525/535

AÇÃO DOS ESPÍRITOS NOS FENÔMENOS  NATUREZA - 536/540

OS ESPÍRITOS DURANTE OS COMBATES - 541/548

PACTOS - 549/550

PODER OCULTO. TALISMÃS. FEITICEIROS - 551/556

BÊNÇÃOS E MALDIÇÕES - 557

OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS - 558/584

OS MINERAIS E AS PLANTAS - 585/591

OS ANIMAIS E O HOMEM - 592/610

METEMPSICOSE - 611/613

CARACTERES DA LEI NATURAL - 614/618

CONHECIMENTO DA LEI NATURAL - 619/628

O BEM E O MAL - 629/646

DIVISÃO DA LEI NATURAL - 647/648

OBJETIVO DA ADORAÇÃO - 649/652

ADORAÇÃO EXTERIOR - 653/656

VIDA CONTEMPLATIVA - 657

A PRECE - 658/666

POLITEÍSMO - 667/668

SACRIFÍCIOS - 669/673

NECESSIDADE DO TRABALHO - 674/681

LIMITE DO TRABALHO. REPOUSO - 682/685

POPULAÇÃO DO GLOBO - 686/687

SUCESSÃO E APERFEIÇOAMENTO DAS RAÇAS - 688/692

OBSTÁCULOS À REPRODUÇÃO - 693/694

CASAMENTO E CELIBATO - 695/701

INSTINTO DE CONSERVAÇÃO - 702/703

MEIOS DE CONSERVAÇÃO - 704/710

GOZO DOS BENS TERRENOS - 711/714

NECESSÁRIO E SUPÉRFLUO - 715/717

PRIVAÇÕES VOLUNTÁRIAS. MORTIFICAÇÕES - 718/727

DESTRUIÇÃO NECESSÁRIA E DESTRUIÇÃO ABUSIVA - 728/736

FLAGELOS DESTRUIDORES - 737/741

GUERRAS - 742/745

ASSASSÍNIO - 746/751

CRUELDADE - 752/756

DUELO - 757/759

PENA DE MORTE - 760/765

NECESSIDADE DA VIDA SOCIAL - 766/768

VIDA DE INSULAMENTO. VOTO DE SILÊNCIO - 769/772

LAÇOS DE FAMÍLIA - 773/775

ESTADO DE NATUREZA - 776/778

MARCHA DO PROGRESSO - 779/785

POVOS DEGENERADOS - 786/789

CIVILIZAÇÃO - 790/793

PROGRESSO DA LEGISLAÇÃO HUMANA - 794/797

INFLUÊNCIA DO ESPIRITISMO NO PROGRESSO - 798/802

IGUALDADE NATURAL - 803

DESIGUALDADE DAS APTIDÕES - 804/805

DESIGUALDADES SOCIAIS - 806/807

DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS - 808/813

AS PROVAS DE RIQUEZA E DE MISÉRIA - 814/816

IGUALDADE DOS DIREITOS DO HOMEM E DA MULHER - 817/822

IGUALDADE PERANTE O TÚMULO - 823/824

LIBERDADE NATURAL - 825/828

ESCRAVIDÃO - 829/832

LIBERDADE DE PENSAR - 833/834

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA - 835/842

LIVRE ARBÍTRIO - 843/850

FATALIDADE - 851/867

CONHECIMENTO DO FUTURO - 868/871

RESUMO TEÓRICO DO MOTIVO DAS AÇÕES HUMANAS - 872

JUSTIÇA E DIREITOS NATURAIS - 873/879

DIREITO DE PROPRIEDADE. ROUBO - 880/885

CARIDADE E AMOR DO PRÓXIMO - 886/889

AMOR MATERNO E FILIAL - 890/892

AS VIRTUDES E OS VÍCIOS - 893/906

PAIXÕES - 907/912

O EGOÍSMO - 913/917

CARACTERES DO HOMEM DE BEM - 918

CONHECIMENTO DE SI MESMO - 919

FELICIDADE E INFELICIDADE RELATIVAS - 920/933

PERDA DE ENTES AMADOS - 934/936

DECEPÇÕES. INGRATIDÃO. AFEIÇÕES DESTRUÍDAS - 937/938

UNIÕES ANTIPÁTICAS - 939/940

TEMOR DA MORTE - 941/942

DESGOSTO DA VIDA. SUICÍDIO - 943/957

O NADA. VIDA FUTURA - 958/959

INTUIÇÃO DAS PENAS E GOZOS FUTUROS - 960/962

INTERVENÇÃO DE DEUS NAS PENAS E RECOMPENSAS - 963/964

NATUREZA DAS PENAS E GOZOS FUTUROS - 965/982

PENAS TEMPORAIS - 983/989

EXPIAÇÃO E ARREPENDIMENTO - 990/1002

DURAÇÃO DAS PENAS FUTURAS - 1003/1009

RESSURREIÇÃO DA CARNE - 1010

PARAÍSO, INFERNO E PURGATÓRIO - 1011/1018

CONCLUSÃO