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NOSSAS VIDAS

ARTIGO "REFLETIR NAS PÁGINAS DE NOSSAS VIDAS",  ESCRITO POR LEONARDO MACHADO E INSERIDO NO MENSÁRIO REFORMADOR - DEZ/2008

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"Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna" - Santo Agostinho, parte final de O Livro dos Espíritos.

     Dentre todas as modalidades de se fazer arte, inegavelmente viver é a mais bela e a mais fascinante. De fato, as inúmeras situações a que somos levados a passar, as mil soluções que encontramos para driblar as dificuldades, bem como para saber caminhar nas facilidades, tornam-nos verdadeiros artistas da vida.

     Quando, porém, observamos a recomendação do Mestre Jesus - "Eu vim para que elas (as ovelhas, que somos nós) tenham vida e a tenham com abundância"(1) - somos levados, de uma ou de outra maneira, a fazer uma reflexão sobre que tipo de vida estamos levando, qual obra de arte estamos a desenvolver em nossos dias. Será que temos conseguido construir uma vida de abundante alegria espiritual?

     Como seja, o fato é que os dias são páginas que escrevemos no livro de nossa existência. Assim, todos somos escritores, muito embora diferentes, já que também somos o personagem principal de nossas tramas. Neste sentido, é prudente aprendermos com os literatos de ordem convencional para podermos criar epopeias que se tornem um verdadeiro best seller.

     Em um processo de criação literária, para se escrever bem, é preciso reler, constantemente, o que se cria. Desta forma, consegue-se rever erros em frases e rearrumar o enredo, podendo-se, mesmo, reescrever aquilo que se julgue necessário.

     De igual modo, no livro de nossa vida, indispensável é a releitura diária das ações de nossos dias, que são as palavras que colocamos no papel dos nossos destinos. Diferentemente do escritor convencional, não temos a oportunidade de apagar as sentenças erradas que escrevemos, pois a caneta que utilizamos deixa a sua tinta grafada nos arquivos da consciência. Entretanto, se não podemos modificar o rumo da flecha depois que a atiramos, temos a oportunidade de limpar as feridas que ela causou pelo caminho.

     Refletindo, portanto, constantemente, nas páginas de nossas vidas, conseguiremos escrever livros luminosos que poderão ajudar a outros indivíduos, também escritores, no rumo de suas reencarnações, cumprindo, assim, a recomendação do Rabi da Galileia: "Brilhe diante dos homens a vossa luz"(2).

     Não foi sem razão, pois, que Santo Agostinho, tecendo comentários a Allan Kardec, em torno do autoconhecimento, informou-lhe que, ao fim do dia, interrogava a própria consciência na busca de saber o que havia feito de certo e de errado(3).

     Sobre isso, eis a exortação de Paulo de Tarso: "examinai-vos a vós mesmos se estais na fé; provai-vos a vós mesmos"(4).

     "Examine cada qual as suas obras"(5).

     Jovem, nas páginas que escreves em tua mocidade, não te esqueças desta imprescindível auto-reflexão. O mundo pode até dizer "quem muito pensa, pouco faz", mas se esquece o mundo de que quem muito faz sem refletir, cai mais facilmente em erros.

     Não penses, ainda, que o teu livro não é lido ou é ignorado. Sem perceberes, possuis leitores diários assíduos, quer estejam sequiosos de aprendizado, quer estejam à procura da crítica. Mas, em geral, com as nossas atitudes, todos somos lidos rotineiramente.

     Assim, se desejamos estar melhores amanhã, escrevendo desfechos de vida felizes, "justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna".

1) João, 10:10 = 2) Mateus, 5:16 = 3) Conclusão de O Livro dos Espíritos,  = 4) Epístola de Paulo aos Coríntios, 13:5 = 5) Epístola de Paulo aos Gálatas, 6:4

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O HOMEM CONSCIENTE DE SEU DESTINO, NÃO PRECISA SUBORDINAR SUA RAZÃO A NENHUM DOGMA PARA EXERCER A SUA CRENÇA EM DEUS E SUAS LEIS.