A presente mensagem foi recebida logo após a morte de Francisco Cândido Xavier. O Espírito Freitas Nobre comenta como foi a recepção no Plano Espiritual do nosso querido médium.

Esboço a carvão da Santa Ceia - Leonardo Da Vinci

 

O RETORNO

 

(Mensagem recebida psicofonicamente por Marlene R. S. Nobre, em 10/07/2002, em reunião do G.E.Cairbal Schutel).

 

     Meus amigos:

     Sabemos que as indagações são muitas, na tentativa de decifrar o que aconteceu no dia 30 de junho último.

     Como observador privilegiado, posso dizer que houve uma verdadeira epopeia, por assim dizer indescritível, entre o Céu e a Terra, como costuma acontecer, quando um missionário vitorioso deixa a crosta terrestre.

     Na verdade, colocávamo-nos na qualidade de observador emocionado, não de todo isento, portanto, tendo em vista que é muito grato sabermos que retorna para o "lado de cá", alguém tão querido e que sempre ocupou um lugar muito especial em nossos corações. Mas posso dizer-lhes que as caravanas eram muitas, sendo a principal delas, a que mais me impressionou, a da Latinidade, tendo à frente Léon Denis, constituída de todos os que foram pioneiros na difusão do Espiritismo na Europa e nas Américas. Esta, sem dúvida, foi a mais iluminada, mais majestosa, em virtude de termos companheiros de todos os países representados. Ligava-se ela, diretamente, a Jesus, que não víamos, mas cujo facho de luz, de profundidade e largura impressionantes, perdia-se de vista, e mal podíamos acompanhar. Sabíamos que era o Cristo, mas não tínhamos condições de divisar-lhe a presença, apenas perceber-lhe, palidamente, a grandeza.

     Vinha o Senhor buscar o servo, o Apóstolo, que cumprira integralmente a majestosa tarefa.

     De todos os lados, dos mais diversificados planos da Espiritualidade, de todas as faixas etárias, a alegria era a mesma: um só coração, um só agradecimento. Faixas iluminadas, contendo saudações de boas-vindas, estendiam-se ao longo do caminho. Senhoras do povo acenavam lenços muito brancos das janelas do Infinito, sem que pudéssemos mensurar a quantidade.

     Os jovens que se comunicaram por seu intermédio, às centenas, formaram uma cornucópia de luz, em agradecimento ao servidor humilde, que atravessava agora, passo a passo, a multidão, a estender-se em um raio muito grande, a perder de vista, seguindo sempre na luz do Cristo.

     De onde me encontrava vi o abraço de luz de Bezerra de Menezes, de Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos e de tantos outros amigos. Vimos os comunicantes do Parnaso de Além-Túmulo, embora muitos já estejam reencarnados; os que permanecem trouxeram uma lira iluminada, representando a poesia e a música permanentes do infinito. Podíamos ouvir os cânticos de rara beleza que expressavam o agradecimento e o louvor ao Senhor pelo êxito da tarefa realizada.

     Soube que, no instante do desenlace, estavam junto dele, dona Maria João de Deus, Cidália, José Xavier e muitos outros parentes e amigos dos idos de Pedro Leopoldo, mas não acompanhei, diretamente.

     Com certeza, agora, nos páramos de luz onde se encontra, Francisco Cândido Xavier, o nosso Chico, poderá prosseguir, aliás, já está prosseguindo, nos mais extraordinários planos para a renovação da Terra, planeta ao qual ele tem se dedicado, com tanto empenho, como servo fiel de Jesus.

     Enfim, entre cânticos de alegria, lenços brancos, acenos, beijos, luzes, tivemos de volta o missionário do Senhor, que continua tão humilde quanto antes. E estava de tal modo iluminado, que percebi, claramente, o seu desejo de apagar as próprias luzes para que não se apercebessem de sua grandeza.

     Sem dúvida, tristeza na Terra, mas alegria nos Céus. Já era tempo de que o Planeta não lhe pesasse tanto à alma abnegada, embora saibamos que não será a mesma coisa sem a presença física dele. Mas ninguém está abandonado do Amor Divino e as falanges superiores vão se desdobrar para que a transição que tem de ser feita preserve as obras do bem e os corações sinceros que procuram modificar-se a si mesmos, modificando, para melhor, a paisagem do mundo.

     Agradecemos a oportunidade de tê-lo conhecido e fazemos votos de que continue sempre firme, nos ideais que abraçou.

     Sim, meus amigos, de certa forma eu continuo jornalista, e foi nessa posição que me encontrei nesse dia de muita emoção. Os jornais aqui são diferentes, mas continuam a sair. E as pessoas, nos pontos mais distantes tomam conhecimento deles, sem que transite papel, fato que todos agora podem compreender melhor, dada a realidade da comunicação eletrônica cibernética em nosso planeta.

     Nesses últimos dias, estivemos trabalhando, incansavelmente, para noticiar tudo aquilo que vimos e recolhemos, naturalmente, sob o nosso ângulo de observação, assim como vejo, satisfeito, que a Folha Espírita refletiu de certa forma esta passagem e deixou-a marcada com um suplemento especial.

     Agradeço a você, Paulo, à minha companheira e a todos os colaboradores, à continuidade do jornal e a luta pela sua difusão, que representa, para nós, uma linha de combate, uma oportunidade de expansão da luz, com a divulgação dos princípios da nosso Doutrina. E nós sabemos o quanto será importante, sobretudo, daqui para a frente, toda e qualquer elucidação que se faça dos princípios doutrinários, porque, sem eles, a humanidade não conseguirá sobrepujar os precipícios, que ela própria escavou há milênios. Tenho certeza de que atravessarão os períodos ásperos com muita fé, muita coragem.

     Agradecemos a Deus a oportunidade que estamos tendo de trabalhar em conjunto. Felizes com o retorno do servo fiel de Jesus, aqui estamos na continuidade de nossas tarefas, na esperança de que o Brasil possa realmente ser o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho.

     Que Jesus nos abençoe a todos. (Espírito Freitas Nobre).        

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