Robert Felicite de Lamennais - escritor, padre e filósofo francês. (1782/1854). 

      ALIMENTAÇÃO DO HOMEM                       

     O sacrifício da carne foi severamente condenado pelos grandes filósofos da Antiguidade. O Espírito elevado revolta-se à ideia de sangue e, sobretudo, à ideia de que o sangue é agradável à Divindade. E, notai bem, que aqui não se trata de sacrifícios humanos, mas unicamente de animais oferecidos em holocausto. Quando o Cristo veio anunciar a Boa-Nova, não ordenou sacrifícios de sangue: ocupou-se unicamente do Espírito. Os grandes sábios da Antiguidade igualmente tinham horror a estas espécies de sacrifícios e eles próprios só se alimentavam de frutos e raízes. Na Terra os encarnados têm uma missão a cumprir: têm o Espírito que deve ser nutrido pelo Espírito, o corpo com a matéria; mas a natureza da matéria influi - compreende-se facilmente - sobre a espessura do corpo e, em consequência, sobre as manifestações do Espírito. Os temperamentos naturalmente muito fortes para viver como os anacoretas fazem bem, porque o esquecimento da carne leva mais facilmente à meditação e à prece. Mas para viver assim, geralmente seria necessária de uma natureza mais espiritualizada que a vossa, o que é impossível com as condições terrestres. E como, antes de tudo, a natureza jamais age contra o bom senso, é impossível ao homem submeter-se impunemente a essas privações. Pode ser-se bom cristão e bom Espírita e comer a seu gosto, desde que seja razoável. É uma questão algo leviana para aos nossos estudos, mas não menos útil e proveitosa.  (Comunicação do Espírito Lamennais - Revista Espírita de 1863).           

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