Conjunto de penhascos situados no Estado do Espírito Santo. Foto iap

 

Primeira página de O Livro dos Espíritos em sua quarta edição     

 

 

O ESPÍRITO DE KARDEC FALA-NOS DO EXEMPLO

 

(Espírito Allan Kardec - 30/4/1869).

 

OBSERVAÇÃO DO COMPILADOR: Temos aqui uma mensagem do Espírito de Allan Kardec, trinta dias após seu desencarne.

 

     Venho, esta noite, meus amigos, falar-vos por alguns instantes . Na última sessão não respondi; estava ocupado alhures. Nossos trabalhos como Espíritos são muito mais extensos do que podeis supor e os instrumentos de nossos pensamentos nem sempre estão disponíveis. Tenho ainda alguns conselhos a dar-vos sobre a marcha que deveis seguir perante o público, com o fito de fazer progredir a obra a que devotei minha vida corporal, e cujo aperfeiçoamento acompanho na erraticidade.

 

     O que vos aconselho antes de mais nada e sobretudo, é a tolerância, a afeição, a simpatia de uns para com os outros e também para com os incrédulos.

 

     Quando vedes um cego na rua, vosso primeiro sentimento é a compaixão. Que assim seja também para os vossos irmãos cujos olhos estão fechados e velados pelas trevas da ignorância ou da incredulidade. Lamentai-os, em vez de os censurar. Por vossa doçura, mostrai vossa resignação para suportar os males desta vida, vossa humildade em meio às satisfações, vantagens e alegrias que Deus vos envia; mostrai que há em vós um princípio superior, uma alma obediente à lei, a uma verdade também superior: o Espiritismo.

 

     As brochuras, os jornais, os livros, as publicações de toda a espécie são meios poderosos de introduzir a luz por toda a parte, mas o mais seguro, o mais íntimo e o mais acessível a todos é o exemplo da caridade, a doçura e o amor.

 

     Agradeço à Sociedade por ajudar aos verdadeiros infortúnios que lhe são indicados. Eis o bom Espiritismo, eis a verdadeira fraternidade. Ser irmãos: é ter os mesmos interesses, os mesmos pensamentos, o mesmo coração!

 

     Espíritas, sois todos irmãos na mais santa acepção do termo. Pedindo que vos ameis uns aos outros, limito-me a lembrar a divina palavra daquele que, há mil e oitocentos anos, pela primeira vez trouxe à Terra o germe da igualdade. Segui a sua lei: ela é a vossa. Nada mais fiz do que tornar mais palpáveis alguns de seus ensinamentos. Obscuro operário daquele mestre, daquele Espírito  superior emanado da fonte de luz, refleti essa luz como o verme luzidio reflete a claridade de uma estrela. Mas a estrela brilha nos céus e o verme luzidio brilha na terra, nas trevas. Tal é a diferença.

 

     Continuai as tradições que vos deixei ao partir.

 

     Que o mais perfeito acordo, a maior simpatia, a mais sincera abnegação reinem no seio da Comissão. Espero que ela saiba cumprir com honra, fidelidade e consciência o mandato que lhe é confiado.

 

     Ah! quando todos os homens compreenderem tudo o que encerram as palavras amor e caridade, na Terra não haverá mais soldados nem inimigos; só haverá irmãos; não haverá mais olhares torvos e irritados; só haverá frontes inclinadas para Deus!

 

     Até logo, caros amigos, e ainda obrigado, em nome daquele que não esquece o copo d’água e o óbolo da viúva.   

 

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