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RENDER À EVIDÊNCIA

(Espírito Delphine de Girardin - Revista Espírita de 1860)

     A reencarnação é uma coisa lógica; toca os nossos sentidos. Assim, pois, trata-se apenas de refletir, de querer examinar bem ao nosso redor. Basta olhar para dentro de si mesmo para achar as provas da reencarnação. Vedes a esta mesa um bom pai de família; tem várias crianças lindas, umas de inteligência notável, outras num estado quase abjeto. De onde essa diferença? O mesmo pai, a mesma mãe, a mesma educação e, contudo, tantos contrastes!

     Atentai para a vossa lembrança; não encontrais nela a intuição de fatos dos quais não tendes o menor conhecimento e que, entretanto, se retratam para vós absolutamente como se tivessem existido? Vendo um ser pela primeira vez, não ficais chocados porque vos parece havê-lo conhecido? Sim, não é? Então! isto  vos prova uma vida anterior, da qual participastes; isso prova que o menino inteligente deve ter percorrido várias existências com o que se depurou, e que o outro talvez esteja na primeira; que a pessoa que encontrais talvez vos tenha sido íntima, e que o fato de que vos lembrais vos aconteceu pessoalmente em outra vida. Além disso, para entrar no reino de Deus é preciso que sejais perfeitos. Vejamos! julgais que vos reste tão pouco a fazer, para crer que depois de vossa morte uns três ou quatro meses nas esferas vos bastarão? Não. Não acredito em tanta pretensão. Para adquirir é necessário trabalhar, e a fortuna moral não se lega com a fortuna material. Para vos depurardes, é preciso passar por vários corpos que levam com eles, em cada despojamento, uma parte das vossas impurezas.

     Se refletirdes, não podereis escapar de vos render à evidência.

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 Só as grandes tempestades purificam e limpam bem a atmosfera; só as grandes reações químicas decompõem os corpos; só as grandes calorias depuram os metais; só as grandes dores formam os caracteres e evidenciam as almas nobres e puras